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A esse ponto eu já não ligava mais para o que essa mulher dizia. Que outra pessoa ia querer te guiar? Termine com isso, Anorith – ops... escapuliu. Parece que eu ligava um pouquinho mais do que eu pensava. Anorith certamente parecia irritado, mas ele ao menos tinha onde canalizar essa energia ruim, o que era bem infeliz para aquele pequeno Pumpkaboo. Ele avançava com sangue nos olhos, utilizando mais um Fury Cutter para rasgar seu oponente em dois.

Assim que o combate tivesse finalizado, me aproximaria do pokémon derrubado, puxando uma pokébola para capturá-lo.

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Irritado por aquela mulher insuportável, Kakuna parecia perder completamente a vontade de lutar. Ele virava seu corpo em minha direção e simplesmente ia embora do combate... bem lentamente. Ugh... tá bom, tá bom. Só fica aí e assiste – cocei a nuca com certo desgosto, puxando da minha mochila uma pokébola que continha um pokémon que com certeza não se importaria das reclamações dessa mulher se fosse em prol da violência.

No meio do campo, surgia uma criatura um tanto peculiar. Sua estrutura exibia uma carapaça acizentada, adornada com intricadas marcas e linhas que contam histórias de tempos passados. Olhos violentos, grandes e vermelhos... ou ao menos aparentavam ser olhos. Seu verdadeiro olho estava logo ao lado, conferindo ao pokémon uma aparência um pouco boba. Isso contradizia muito sua natureza hostil, com presas afiadas e poderosas, capazes de esmagar e levantar grandes rochas. Esse pokémon, era claro, Anorith. Caos... faça o que você sabe de melhor. Use Corte Furioso no pokémon a sua frente. – a ordem ecoava no campo de batalha, enquanto eu me segurava para não xingar a mulher que me acompanhava.

As presas do pokémon pré-histórico tremiam, implorando por sangue. Atendendo às minhas ordens, ele avançava em cima do pokémon inimigo, utilizando Fury Cutter. Era um movimento deceptivamente fraco, mas que ficava mais forte a cada uso subsequente. Uma oportunidade para fazer seu oponente sofrer gradualmente... tenho certeza que esse projeto de psicopatinha vai se divertir.

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Que inútil, um cachorro que não sabe nem morder... Eu puxava uma pokébola de meu bolso. Wally, mordida de inseto. Ensine esse cachorro como se morde. – eu lançava Kakuna no campo de batalha, já ordenando um ataque. Eu deixava a madame falando sozinha, enquanto me concentrava na luta. Não esperava que Furfrou realmente aprendesse com o ataque, já que Mordida e Mordida de Inseto são movimentos completamente diferentes. Mas se ele ao menos conseguisse puxar a atenção do Pumpkaboo... já valeria a pena. Furfrou, fique em cima dele e não deixe que ele ataque sua querida Dame. – eu sugeria um comando enquanto Kakuna lentamente se aproximava com agressividade do pokémon fantasma.

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Eu me agachava próximo ao Murkrow, tentando capturá-lo com a quantidade de pokébolas que fossem necessárias. Eu tomava meu tempo, sem dar muita atenção a senhora. Apenas quando terminasse a captura, levantaria e caminharia (sem muita pressa) até ela, ordenando seu Furfrou de imediato. Com me mau humor, não me sentia muito mal por ela, mas seria uma pena se seu pokémon cachorro se machucasse em demasia. Ele precisava de alguma instrução... e essa instrução jamais partiria da madame. Furfrou. Use seus dentes, morda seu oponente com toda a força. – eu proferia ao pokémon.

Eu desconhecia quais movimentos aquele pokémon teria, mas... pelo amor de Arceus, por mais mimado que possa ter sido, ainda era um cachorro. Anorith me acompanhava, encarando a batalha com um olhar ameaçador. Apesar de conseguir sentir sua sede de sangue, ele parecia razoavelmente controlado e calmo.

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Eu caí de joelhos ao ver Docinho desmaiar logo a minha frente. Então você escolheu... a morte. – eu ignorei tudo ao meu redor, retornando a minha pequena à pokébola, onde ela conseguiria descansar. Eu... sabia que ela ficaria bem, mas doía demais vê-la nesse estado. Foi um erro meu, eu tinha que ter considerado a fraqueza contra o tipo voador... uma outra pokébola surgia da minha mão, liberando o pokémon pré-histórico.

Caos... lance a maior pedra que conseguir. Mostre a ele o que é sangue de verdade – eu murmurei com uma voz estranhamente calma. O Murkrow com certeza estava assustado, com dores terríveis e atacou em desespero. Mas eu não era do tipo que ligava para isso e muito menos Caos. Era como se não estivesse acreditando no que tinha escutado, mas ele gostava da liberdade que tinha concedito a ela... gostava até demais, talvez.

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Furfrou parece feliz... foi por causa dele que você veio? – perguntei casualmente. Era estranho que ela tenha decidido visitar o festival quando ela claramente não gostava de nada daqui. Mas e se ela tinha se colocado em uma posição desconfortável só para agradar seu amado pokémon? Se fosse o caso, apesar de sua atitude nojenta, parecia que eu a tinha julgado errado.

Antes de conseguir uma resposta, subitamente ela foi atacada por um pokémon corvo, que estava em uma condição deplorável. Docinho, me dá uma ajuda aqui. – avancei sobre o pokémon, tirando a senhora da linha de fogo e proferi uma ordem a minha companheira. Use Snow Powder! – a pequena saltava de minha cabeça, lançando os pequenos flocos de neve que se grudavam na pele do pokémon voador, possivelmente dificultado seus movimentos ou mesmo atenuando o inchaço causado pelo ferimento. Em seguida, pegaria uma pokebola em mãos e lançaria para cima do corvo.

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Seguido pelo chamado do tesouro da aventura, eu decidi seguir aquela aura estranha, me levando até uma espécie de flor. Minha mãe nunca tinha mencionado nada do tipo, mas tenho certeza que tocar em objetos suspeitos no meio da floresta não é algo que ela iria apoiar. Muito menos eu faria isso normalmente, mas havia... algo sobre esse objeto, algo que me chamava. Estendi a mão em direção a flor. Ao tocá-la, eu senti uma pequena dor de cabeça à medida que lembranças invadiram a minha mente. Que... mas o que foi isso?! Você viu isso, Docinho? – eu virei a cabeça para a pequena que estava logo acima de mim... roncando. Se essa coisa tivesse me matado, ela nem iria saber... Tsc!

Coletei alguns itens durante o caminho de volta, até me deparar com uma senhora... recheada e com uma vestimenta bem... chamativa. Mas sua gordura não era fofa como a de Docinho. Eu dava uma apertada nas banhas da Snom, só para acordá-la. A gorducha acordava um pouco confusa, piscando os olhos. Tenta ficar acordada pelo dessa vez, pode ser? Não sei se vou aguentar isso sozinho – apontava discretamente com a cabeça para a senhora logo a frente.

Me aproximava de maneira educada e com vestimentas elegantes. Infelizmente, porém, eu estava sujo de terra por causa da aventura e meus cabelos um pouco bagunçados, então minha aparência não estava ideal. Boa noite. Eu já tenho meus próprios planos para a noite, mas não me importo se a senhora quiser me acompanhar pelo festival. – eu tinha um pressentimento ruim, mas eu precisava de grana.

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Eu peguei os itens entregues pelo velho, agradecendo. Assim que ele foi embora, eu olhei para Heracross, que estava ofegante, e para Anorith que... bem, ele tinha um olhar ameaçador, como de costume. Venham os dois até aqui... – gesticulei com a mão, chamando os dois pokémons inseto. Anorith. É difícil dizer exatamente o que você pensa de mim, mas você tem me seguido por aí por algum motivo. Lhe considero um membro integral da família, e por isso acredito ser importante dá-lo um nome digno de sua fúria singular... Caos! Só garanta que essa força do ódio seja direcionada aos outros e não a membros da família – coloquei a mão sobre a cabeça dele, o afagando gentilmente. Ele... ele continuava parado, sem dar indícios que queria me matar naquele momento. Então no mínimo ele não odiou o nome.

Virei os olhos então para Heracross, que ainda parecia um pouco machucado. Sua dor, porém, não era apenas externa. As palavras que proferi lhe doíam tanto quanto o Flash Cannon de Klink. Ele estava de braços cruzados e desviava o olhar, fingindo não se importar. Apoiei um dos joelhos no chão, para que meus olhos ficassem na altura dos dele. A minha primeira lição como seu treinador... é que pessoas mentem. E eu acabo por ser um baita de um mentiroso. Eu nunca duvidei da sua capacidade, só que você precisava de um pequeno incentivo para atingir seu potencial. – um pequeno sorriso do meu rosto pareceu quebrar a postura do besouro. Mas o que lhe direi agora é sincero: estou orgulhoso de você. Seja muito bem-vindo à família... Narciso. É bom ter confiança, só não permita se afogar nesse seu orgulho. – sua reação era mais pronunciada que a de Caos. Heracross... ou melhor dizendo, Narciso, pareceu contente com minha frase e seu espírito retornou por completo.

Satisfeito, retornei cada um a suas respectivas pokébolas, sobrando apenas Docinho em minha cabeça. Eu caminhava pelo local, torcendo para que os roncos da Snom Gorducha, que mais pareciam vindos de um Snorlax, não afastem os outros pokémons.

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Olhava friamente para o Heracross, caído ao chão. Hmmm, você é muito fraco. Se eu soubesse que você só era capaz disso, nem teria deixado você lutar – um leve sorriso travesso se formava em meu rosto. Apenas um olhar para Anorith foi suficiente para que ele entendesse: fica de fora dessa. O Heracross olhava para mim, machucado com minhas palavras.

Ele olhou para baixo, desolado e entristecido por alguns segundos. Até que de repente, algo mudou em seus olhos. Era a vontade de me provar errado. Seu orgulho não permitiria que ele caísse de maneira tão patética. Seus olhos ardiam com determinação, e ele se forçava a levantar mais uma vez. Oh? Está me dizendo que estou errado é? Bem... então prove – minhas palavras ecoavam como um desafio, fazendo sua vontade arder cada vez mais. Ele avançava em direção à engrenagem com os punhos carregados daquela mesma energia laranja. Quando viesse o próximo Flash Cannon, ele usaria seu Rock Smash golpeando o ataque metálico enquanto ele corria até Klink, finalizando seu movimento em um golpe vertical de cima para baixo, enterrando mais um punho em seu oponente.

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Heracross olhou para trás e os olhos dele se encontraram com os de Anorith. Este último, ainda que usualmente fosse furioso e violento, dessa vez ele assentia com a cabeça. Não era exatamente um 'obrigado', mas era o mais próximo que ele receberia do pokémon fóssil. Parecia o suficiente para Heracross, que sorria todo orgulhoso apesar da dor. Anorith, lance uma pedra e derrube o Klink ao chão. Heracross, quando ele estiver caído, bata nele o mais forte que conseguir! – lancei as ordens para os pokémons.

Anorith por sua vez preparava mais um Smack Down, enfiando suas presas do chão e arrancando de lá uma rocha do tamanho de seu corpo e lançando-a no mesmo instante em direção ao pokémon que engrenagem. Heracross avançou logo após o golpe conectar, com uma energia cor laranja carregada em sua mão, ele enterrou o punho no Klink derrubado.

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Dois pokémons de personalidade forte... nada bom. Heracross também é muito lento para fazer qualquer coisa contra o Magnemite antes de ser atingido. Primeiro vamos cuidar de um deles – Anorith, não deixe que ele se levante, use Smack Down no Magnemite – eu diria, correndo até o Heracross, e lhe dando uma Potion, de maneira a passar a dor. Não combinamos de usar itens, mas... também não combinamos de não usá-los.

Claro, ele poderia fazer o mesmo, mas fazia questão de usar o item logo após o ataque de Anorith, pois assim ele não teria chance de curar seu Magnemite. Ao me aproximar, o Heracross remexia seu corpo, como se soubesse minhas intenções e quisesse rejeitar a cura. Mas ele não teria escolha dessa vez...

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Eu peguei meu Lucky Egg, entregando-o para Heracross, de modo que tivesse conseguisse tirar máximo proveito dessa sua primeira luta. Em seguida, peguei uma certa pokébola que carregava um certo pokémon maníaco dentro. Anorith... conto com você. – um feiche de luz vermelha surgia e desaparecia em poucos segundos, dando lugar ao pokémon fóssil. Seus falsos olhos vermelhos eram carregados de uma malícia indescritível.

Vamos fazer uma luta com dois pokémons de uma vez. Vou me sentir mais seguro tendo Anorith para cuidar do meu mais novo Heracross – o pokémon besouro parecia ofendido pela minha frase, porém. Eu virava o olhar para os dois pokémons que foram soltos pelo senhor de idade. O primeiro, com os imãs me era familiar, mas o segundo eu nunca tinha visto antes. Era óbvio porém, que ambos eram do tipo metal e fiz questão de pelo menos registrá-los em minha pokédex para descobrir seus nomes.

De prontidão para o combate, ordenei aos dois pokémons. Anorith, use Smack Down no Magnemite, traga-o ao chão! Fique de olho nos golpes dos seus oponentes e tente proteger o Heracross. Heracross, use Rock Smash no Magnemite também.

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Havia alguns dias que já estava carregando esses ovos e não via a hora deles racharem. O que não esperava, porém, é que acontecesse de uma vez só. Eles rachavam de seus ovos, me jogando no chão na mesma hora. Ambos se amontoavam em cima de mim como se eu fosse sua mãe, o que era bem estranho. Tsc... não há o que ser feito, podem vir – permiti que se aconchegassem em mim. Isso... pelo menos até o Venipede subir em cima de mim, rastejando até minha cabeça à procura de tomar o lugar de Docinho. Infelizmente, aquele lugar era só dela, mas eu o segurei nos braços pelo menos, e ele... ou seria ela? Pareceu satisfeito. Heracross, por sua vez, era mais reservado após se acostumar com minha presença, se contendo em permanecer ao meu lado.

Quando o homem se aproximou com sua gentileza, porém, eu ignorei sua mão, optando por pedir ajuda de Heracross para me levantar com a mão esquerda, enquanto que a direita eu carregava o Venipede recém-nascido. Após me levantar, eu falava com o senhor. Estou bem. Mas... não, não gosto da ideia de colocar eles para batalharem sem nem tê-los avaliado em um Pokecentro para ver se estão saudáveis. – era claro a preocupação em minha voz. Era essa minha opinião, mas isso não parecia ser um problema para meu Heracross. Ele batia em seu próprio peito com um dos braços, como quem estava dizendo "Deixa comigo!".

Suspirando, resignado, decidi mudar de ideia. Heracross carregava um sorriso confiante, talvez até carregado um pouco de soberba. Não acreditava que ele teria uma chance em um combate direto, porém era difícil dizer não para um pokémon inseto. Ainda mais para um Heracross, o meu pokémon favorito se descontarmos Snoms. Que personalidade forte para um recém-nascido... bem, acho que tudo bem então. Irei lutar com o Heracross e um outro pokémon meu, pode ser? – não sabia quantos pokémons ele carregava, mas esperava que fossem ao menos dois.

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Acompanhei Birch para a lanchonete, onde bebemos e comemos. Até Docinho, minha Snom gorducha, quis um pouco... e claro, era o Professor que estava pagando mesmo, então isso era problema dele. Ele me contou o que sabia, e só pude imaginar o quanto tirei a sorte grande com esse achado. Agradeci ele e me despedi, continuando na mesa por mais um tempo. Tive que pagar por uns lanches para a gordinha... porque claro, ela só parava de comer quando era para dormir. Após dar uma olhada no App que o Birch mencionou, paguei o restante da conta e fui embora.

Retornaria para o local que estava antes, e de lá eu partiria em minha exploração, à procura de mais um achado.

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